domingo, 10 de novembro de 2013

Adiante, Maria.

Tem umas horas bestas, meio morosas, em que parece que se vive de nostalgia.
Uma memória puxa a outra, que puxa a outra, a saudade é de tudo e cada coisa, com o pesar óbvio de que nada volta.
E não tem o que resolva. Só a vida, em seu curso irrevogável, que com a mesma voracidade com que deixou as coisas pra trás, vai puxando-as pelo tempo, trazendo as coisas daquele futuro inimaginável pro agora. - E agora? E daqui a pouco, ou muito? Qualquer resposta seria igualmente fantasiosa, mas já basta pra fazer figurar o presente como passado. E quase dá saudade também (já) do que ainda é próximo.
Mas a vida é mais rápida que o pensamento, mais dura e mais certa. Não é de especulações sentimentais.
Então adiante, Maria! Anda: que se parar, cai.
Mas, também, anda devagar. De vagar, talvez. Flanando, pra sorver o presente.
E divagar, também, como disse Millôr - por que não? - Mesmo que não seja feita de "especulações sentimentais", a vida deve ser mais que a sucessão crua das coisas. Só tem é que andar. Mesmo que isso inclua um certo lirismo brega, de vez em quando: não tem problema. Anda.

3 comentários:

  1. Anônimo6/5/14 11:01

    Cadê Maria? Poste mais. Leio todos os posts. Nada esse ano ainda? hahaha. aguardo

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  2. Então, escritora em botão? Quero ler esse perfume, flor!

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  3. É muito legal ler suas coisas nesse período da sua vida.

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